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AS BATALHAS CENTRAIS DA VIDA
Com frequência, a história do mundo é transformada por algumas batalhas decisivas. Se tivessem terminado de maneira diferente, alguns grandes cursos da história teriam sido completamente alterados.
Em Maratona, por exemplo, a Grécia foi salva do calcanhar do despotismo persa; e a vitória das forças cristãs em Lepanto salvou o leste da Europa do domínio do Islã. A batalha de Marengo colocou a coroa imperial na cabeça de Napoleão; a de Waterloo a retirou e enviou o gigantesco desolador para a desolação de seu exílio em Santa Helena. A Revolução Americana transformou-se no pivô da luta em Saratoga; e a luta pela União e Emancipação se tornou o pivô desse encontro feroz no “ângulo sangrento”, no campo de Gettysburg.
É provável que todos tenham uma ou mais batalhas morais decisivas na vida. Um “sim” ou um “não” tem custado a muitos homens muito de sua fortuna, ou de seu caráter, sua vida ou sua alma. Se Daniel tivesse dito “sim” às tentações do palácio real, e depois às ameaças externas do palácio, nós nunca teríamos ouvido falar dele. Todos nós podemos ter a nossa Marengo, ou nossa Waterloo, onde se ganha ou se perde a coroa do caráter cristão. Quando tais conflitos decisivos vêm, existem algumas regras simples de guerra moral a serem lembradas e praticadas. Aqui estão algumas delas:
1. Fique firme naquilo que é certo; nunca mude sua posição em face de um inimigo. Essa política foi fatal para os russos em Austerlitz, e tem causado uma derrota vergonhosa para muitos na guerra espiritual.
2. Nunca coloque um princípio duvidoso como seu guarda. Sua sentinela com certeza trairá você.
3. Nunca abandone o elevado terreno do que é correto, para ir às planícies e pântanos daquilo que é conveniente. Homem algum jamais se perdeu em uma estrada reta.
4. Tome toda a sua armadura espiritual da Palavra de Deus, e coloque-a. Acabe foi ferido pelas articulações de sua couraça. Nunca deixe um centímetro para as tentações mais plausíveis de Satanás. É difícil recuperar uma força que já começou a retroceder.
5. Não se preocupe com os golpes no rosto, seja na forma de ridicularização ou de oposição declarada. Muitos foram zombados acerca da salvação de sua alma. As pessoas corajosas são atingidas no rosto; os covardes são feridos nas costas.
6. Se for ferido pelos inimigos, ou abandonado por falsos amigos, nunca se renda! Diz-se que no fim da longa e sangrenta luta em Waterloo, quando o pequeno remanescente da Guarda Imperial foi convocado para depor as armas, eles gritaram:
“A Velha Guarda pode morrer, mas nunca se renderá”. O Grande Capitão da nossa salvação morreu por nós, mas Ele nunca nos abandona. “Sê fiel até a morte, e eu te darei a coroa da vida.” Lembre-se que somente aqueles que perseverarem até o fim serão salvos.
Se as biografias morais da maioria das pessoas pudessem ser cuidadosamente examinadas, descobriríamos que suas vidas, muitas vezes, foram transformadas por certas ocasiões-chave. As decisões tomadas em alguns momentos alcançaram a eternidade. O jovem rico resolveu, em poucos minutos, rejeitar Cristo; Bartimeu aproveitou uma oportunidade-chave de sua vida, e foi curado. Toda a grande carreira de John B. Gough, como príncipe dos defensores cristãos da temperança, foi transformada por sua decisão de assumir um compromisso de abstinência total em uma determinada noite, em Worcester. Foi sob a pregação fiel de Harlan Page, em uma noite fria de inverno, na esquina de uma rua, que o jovem Edwin F. Hatfield se decidiu por Cristo. Aquele foi o ponto de partida de um dos ministérios mais frutíferos que Nova Iorque já viu.
Alguns que estão lendo esse capítulo podem estar pensando seriamente sobre a mais importante de todas as questões: Devo me entregar a Cristo?
O ponto central é que você coloque o seu Salvador exatamente onde um soldado fiel da antiguidade colocava seu soberano: no cerne do seu coração. Você deve estar pronto para dizer:
Para onde quer que Cristo me conduza, eu seguirei, tudo o que Ele mandar, eu obedecerei”. Tenha em mente que a principal coisa que você faz quando se alista no serviço de Cristo não é se inscrever em um sistema de sã doutrina, por mais importante que ela seja, mas confessar Jesus como seu Salvador e Senhor, e prometer a Ele lealdade e obediência ao longo de sua vida. Você junta sua fraqueza à força Dele, sua ignorância a sabedoria Dele, sua indignidade aos méritos Dele, seus interesses à supervisão Dele, sua pobreza aos recursos Dele, todo o seu ser para o serviço Dele. Se você fizer isso com sinceridade, Cristo se tornará responsável por você. Ele fornecerá sua armadura espiritual. Ele proverá as porções diárias de verdade e de graça para alimentá-lo. Sua preciosa promessa é: “A minha graça te basta”. Sua garantia é: “E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão”; “porque eu vivo, e vós vivereis”.
Cristo não aceita nenhum voluntário por seis meses ou para uma única incursão. Se você se alistar, deve se alistar para a vida. Na lâmina da espada do Espírito, que o Capitão da sua salvação entregou a você, está inscrito: “Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo”.
Meu amigo, você tem o poder da escolha. Decida agora! Será mais difícil fazê-la amanhã, e você não tem certeza do dia seguinte. Você espera ser salvo, e pretende ser salvo; e ainda assim, sua alma pode se perder por causa da procrastinação. Coloque esse livro de lado e tenha uma hora honesta com sua consciência e com Cristo. Peça que Ele deixe você segui-Lo, e que lhe dê força e coragem para dar os primeiros passos. “O que tu fazes, faze-o depressa!”
O céu ou o inferno podem estar no centro da decisão que você fizer agora. Essa batalha terminará em vitória ou ruína?
Por Theodore L. Cuyler, autor de Ao Jovem Pregador