Um homem chamar a si mesmo de cristão, e não fazer nada para Deus, é um absurdo grosseiro. O Novo Testamento recomenda a atividade e condena a preguiça em todos os lugares. Os cristãos são corredores, e os corredores devem “prosseguir para o alvo”. Eles são lutadores, e os lutadores devem lutar. Eles são soldados, e os soldados devem batalhar. Eles são lavradores e devem semear antes de poderem colher. Eles são servos e, como tal, devem permanecer ocupados e desempenhando os vários deveres de seus postos até que seu Senhor venha, ou nunca poderão receber a recompensa de servo bom e fiel.

Não servimos a um mestre duro, que espera de nós mais do que podemos fazer. Os cristãos não estão todos em circunstâncias iguais. Alguns têm grande influência e propriedade. Alguns estão suficientemente ocupados em uma esfera de ação e não podem se comprometer com outra. Alguns estão em situação de dependência e limitados não só nos meios, mas no tempo. Alguns têm habilidades para uma coisa e não para outra. Mas todos podem fazer algo. O que é que estamos fazendo?

Os cristãos são “o sal da terra”. Onde é o local que devemos temperar? É óbvio que, sem esse tempero, toda a massa ao nosso redor deve apodrecer. Felizmente, nem tudo está apodrecendo, mas então em que proporção temos nós ajudado nessa purificação? Esta questão não está sendo suficientemente considerada e precisa ser continuamente reiterada. Dizer: “Não tenho causado nenhum dano”, diz Baxter, “é a virtude de uma pedra”. Esta é uma das minhas observações favoritas, possivelmente eu deveria tê-la sugerido antes, e ainda valeria a pena repeti-la. Então, a pergunta é: Que bem temos feito? Somos meros obstáculos no terreno? Não produzimos frutos? Que alma pretendemos salvar? Em que local temos empregado nossas energias? Sabemos, uma vez que a Escritura é verdadeira, que milhares ao nosso redor irão para o inferno, se morrerem da maneira como estão vivendo; e ainda assim, talvez, nenhum de nós nos esforcemos para salvá-los; vemos milhões de jovens se levantando para seguir os passos de seus pais pecadores; e ainda assim, calmamente, nós os vemos correndo para a ruína! Como Cristo teria testemunhado tais cenas? Não ociosamente – Ele “andou fazendo o bem”. Não houve interrupção em Seus trabalhos. Ele viu a conduta dos ímpios e pronunciou suas desgraças contra eles; Ele viu a geração jovem e em crescimento e convidou as criancinhas a irem até Ele. Ele advertiu e exortou.

E para nós não pode haver desculpa. A criatividade se exauriu em inventar meios para “buscar e salvar o que se havia perdido”, para que pessoas em todas as classes e circunstâncias pudessem estar aptas para o trabalho, mas a nascente pode ser melhor purificada na fonte, e o galho dobrado enquanto é verde: daí a esfera de utilidade que é fornecida pelas Escolas Dominicais – e que recursos temos aqui! A mente está aberta para instrução; o solo contém ervas daninhas, mas não está tomado por elas; e a mão diligente pode, sob a bênção de Deus, extrair essas ervas daninhas antes que criem raízes profundas e se multipliquem. Não há nada que possa repelir ou aterrorizar os tímidos: a fronte ousada do adulto fariseu ou infiel oferece uma resistência que pode fazer alguns se intimidarem na tarefa de tentar fazer-lhes o bem; mas as crianças estão todas vivas para indagações e aptas para sagradas impressões; elas têm poucas ou nenhuma objeção contra as declarações e persuasões do homem bom: estas naturalmente apelam de uma vez para a consciência e o coração, antes que se endureça através do “engano do pecado”. Que campo de trabalho então, se abre aqui diante de nossos olhos! Quem não compartilharia dos prazeres e honras de trabalhar nele? Talvez, o leitor tenha trabalhado neste campo, mas pensa que agora é hora de desistir. Toda a nova geração está, então, abastecida com instrutores adequados, ou você está “cansado de fazer o bem”? Talvez você tenha seus próprios filhos que agora requerem seus cuidados; mas é necessário que, ao ensiná-los, você negligencie outros?

Mas talvez o leitor não tenha feito nada até agora; para tudo o que foi proposto a ele, havia “um leão no caminho”. Que, então, seja dito a ele que não existe nenhum leão no caminho aqui, além daquele que é criado por sua própria imaginação. Que ele pense, como já foi sugerido, sobre a importância do local do trabalho e dos recursos para a ação. Que ele também pense nos prazeres do trabalho; nas gratas lembranças que este lhe proporcionará; nas probabilidades de testemunhar e desfrutar de seu sucesso, mesmo anos à frente; no bem que fará à sociedade, ou no aumento da Igreja de Cristo, para o qual ele pode ser instrumento; de sua solene responsabilidade pelo uso de todos os talentos; e daquela recompensa que o mais humilde obreiro receberá das mãos de um Mestre que não esquecerá nossas “obras de fé e trabalhos de amor”, quando Ele disser, “Muito bem, servo bom e fiel, entre no gozo do teu Senhor”.

Acima de tudo, deixe o apelo agora atingir seu coração, “Quanto deves ao teu Senhor?”. E deixe o comovente motivo levá-lo para a esfera de ação, “PORQUE O AMOR DE CRISTO nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para AQUELE que por eles morreu e RESSUSCITOU”.

I. C.

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